Carne Artificial x Natural - Será o fim da pecuária?

                 A produção de Carne em laboratório é feita a partir de células tronco ou células do músculo esquelético dos animais. Nelas são adicionados microtransportadores para que se desenvolvam em fibras musculares específicas.


   Vantagens:

  •  Menor utilização de recursos naturais em prol da produção de proteína animal, além da menor demanda de espaço.


    Entraves e desvantagens:

  •  Por enquanto o custo e tempo de produção são muito altos, o que tende a reduzir numa produção em grande escala.
  • É possivel que a alta taxa de replicação das células, favoreça o desenvolvimento de células cancerígenas. Ainda é incerto que seu consumo suprirá as mesmas exigências nutricionais da carne convencional, principalmente tratando-se dos níveis de micronutrientes e ferro.
  • Além dessas questões, um grande intrave para a produção, é a reprodução de certas características da carne, como a textura, marmoreio e até mesmo a tridimensionalidade. Há ainda questões com a aceitação do público e certificação de segurança dos alimentos.
Imagem: Desafio da indústria de carne artificial é reproduzir os cortes tradicionais em 3D.

Apesar de estar sendo vista como "O futuro da Carne", a produção laboratorial de proteína animal deve ser vista como suplementar. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estimou que até 2050, será necessário um aumento de 70% na produção de alimentos para suprir a demanda gerada pelo aumento populacional e a produção convencional tem suas limitações em relação a demanda de espaço e custos.


HISTÓRIA DA PRODUÇÃO DE CARNE CULTIVADA EM LABORATÓRIO


A ideia tem sido relatada desde meados da década de 90, quando a Nasa já havia idealizado a carne cultivada para servir de alimento a astronautas. Em 2010, a ideia tomou força quando o co – fundador do Google financiou o projeto Holandês de projeto Holandês de produção de carne cultivada em laboratório.


Para esse processo de cultivo, foi necessário a coleta de um pedaço de tecido muscular animal de onde foram extraídas as células, que foram transferidas para placas de Petri* contendo nutrientes para aumentar de tamanho. Como essa carne não continha mioglobina (proteína que confere a cor vermelha as carnes) são adicionados açafrão, caramelo e suco de beterraba, deixando hambúrguer com aspecto avermelhado.


O primeiro hambúrguer de carne bovina cultivado em laboratório foi apresentado à imprensa em 2013, sendo desenvolvido pelo Dr. Mark Post da Maastricht University, na Holanda. Na ocasião, o alimento não arrancou muitos elogios dos provadores pois estava um pouco seco e sem sabor, devido à falta de gordura. Entretanto, foi um marco para esse novo conceito e gerou um “boom” de novas startups.


Hoje, há número significativo de empresas iniciantes nos EUA, Holanda, Israel e em outras partes do mundo, buscando refinar o processo e reduzir os custos para produção. Segundo o próprio Dr. Post, será possível reduzir o custo de um hambúrguer para US $ 11.


Mas, o que atrai consumidores para esse tipo de produto? Os principais pontos levantados em defesa da carne cultivada é que além de não necessitar do abate de animais, a produção emitiria 96% menos gases de efeito estufa (GEE) do que a carne tradicional e usaria de 82% a 96% menos água do que o sistema tradicional, além de evitar o abate dos animais.


Por mais que este argumento seja mais “socialmente aceito”, sabemos que não é uma VERDADE. Sabemos que com os estudos científicos avançados da EMBRAPA conclui que a contribuição da pecuária no aquecimento global é quase desprezível.


Cito aqui um trecho importantíssimo de Xico Graziano:

"Análises ingênuas e maldosas interpretações costumam prejudicar a nossa agropecuária, manchando-lhe a imagem. Na teoria do aquecimento global reside a mais bizarra de todas. Segundo o Inventário Nacional, o gado bovino responde por 15,4% dos gases de efeito estufa lançados na atmosfera, enquanto a queima de combustíveis fósseis gera 15,1%. O estranho cômputo, quando divulgado, em 2014, deliciou tanto os ativistas vegetarianos quanto as montadoras. Philipp Scheimer, presidente da Mercedes-Benz, sacou rápido: “O automóvel tem sua parcela de participação no aquecimento global, mas não é o grande vilão”. São as vacas, complementou."
Na origem dessa absurda distorção se encontra a metodologia de cálculo utilizada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), entidade ligada à ONU que gerencia essa agenda global. Gás carbônico e metano destacam-se entre os gases com efeito estufa. O primeiro deles (CO2) tem elevado sua presença na atmosfera por causa da queima de derivados de petróleo e de florestas naturais; o segundo (CH4) surge expelido por vulcões ou da decomposição anaeróbica de matéria orgânica, como se dá naturalmente nos pântanos, mas também nas lavouras irrigadas de arroz e no estômago de animais ruminantes.

CONCLUSÃO

      A Pecuária tradicional não será substituída nem findada. Uma vez que é um setor que emprega milhares de pessoas, desde a produção até a venda do produto final. Além de fornecer matéria prima para inúmeras outras indústrias, como farmacéutica, textil e de construção.


  Além disso, não deve ser vista como vilã do meio ambiente, principalmente por estar sempre caminhando para produções mais sustentáveis, visando a melhor utilização de recursos e o bem-estar animal.

Teríamos ai uma contradição também no discurso sobre a questão ambiental, a solução criada por eles foram criar mais indústrias de alimentos ultra processados? Você confiaria neste alimento? Não digo que não seja o futuro, mas que vão encontrar grandes barreiras na inclusão deste alimento na sociedade comum, vão!

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